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Hipertesão Arterial

Atualizado em 03/04/2023
Tempo de leitura: 4 min.

A hipertensão arterial é um problema crônico que se caracteriza pelo aumento da pressão nas artérias do organismo, sobrecarregando órgãos nobres do nosso organismo, como coração, rins e cérebro.

O que é hipertensão arterial

Para bombear sangue para todo o organismo, o coração realiza um movimento de contração injetando fluxo sanguíneo nas artérias. Elas, por sua vez, também exercem uma determinada pressão, que ajuda a regular esse fluxo para que ele chegue adequadamente em todas as partes do corpo.

Quando há uma dificuldade maior para a circulação sanguínea, em função de aumento da resistência exercida pelas artérias, temos um quadro de hipertensão arterial. É popularmente conhecida como pressão alta e acontece  justamente por essa pressão aumentada das artérias.

Para ser classificada como hipertensão, os valores medidos para a pressão sistólica, que é a chamada pressão máxima, e a diastólica, que é a mínima, devem, grosso modo, se manter abaixo de 14 por 9, ou seja, 140/90 mmHg.

Existem dois tipos de hipertensão arterial: a primária e secundária, que têm suas diferenças nas causas que provocam esses problemas.

Hipertensão primária

A pressão arterial é determinada por uma complexa interação entre o sistema nervoso, processos hormonais e volume no sangue. A Hipertensão Primária é a mais comum e, como o próprio nome sugere, não é decorrente de outras doenças.

A Hipertensão Primária é, portanto, resultado da interação de numerosos fatores; como fatores genéticos, assim como fatores ambientais, não sendo muitas vezes possível identificar um único agente causador.

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da Hipertensão Primária são:

  • Hereditários: assim, aqueles com casos de pressão alta na família têm uma suscetibilidade maior para desenvolver esse problema;
  • Idade: pessoas mais velhas têm maior risco;
  • Obesidade;
  • Raça;
  • Dieta rica em sódio;
  • Sedentarismo;
  • Tabagismo;
  • Consumo excessivo de álcool

Hipertensão secundária

Nesse caso, o aumento da pressão arterial acontece como uma complicação de outros problemas pré-existentes. Nesse tipo de hipertensão, há uma causa identificável que muitas vezes, quando tratada, há um controle da pressão arterial ou até mesmo sua resolução.

Há várias causas para a Hipertensão Arterial Secundária, desde uso de medicamentos como anti-inflamatórios não-hormonais, uso de drogas ilícitas, distúrbios hormonais (como hiperaldosteronismo primário, hipertireoidismo, entre outros) e, com muita frequência, problemas nos rins e nas artérias renais.

Pacientes jovens que foram diagnosticados com hipertensão, assim como aqueles pacientes com hipertensão de difícil controle e/ou que levaram à rápida lesão de algum órgão-alvo (Ex: Rim), devem ser investigadas para Hipertensão Secundária.

Sintomas da hipertensão

A hipertensão arterial é um mal silencioso, porque geralmente ela não apresenta sintomas específicos, podendo provocar males no organismo sem que a pessoa saiba. Entretanto, quando a pressão se eleva demais pode desencadear sintomas como:

  • dor de cabeça intensa, “a pior da vida” ou “súbita”;
  • visão embaçada;
  • tonturas;
  • zumbido no ouvido;
  • dores no peito;
  • fraqueza;
  • sangramento nasal;
  • falta de ar.

É válido ressaltar que esses sintomas, quando relacionados à hipertensão, geralmente acontecem quando a pressão arterial elevada cronicamente já provocou algum prejuízo no organismo. Geralmente, a hipertensão é diagnosticada por meio de exames e avaliação médica de rotina, já que não causa desconfortos habitualmente.

Muitas pessoas acreditam que dor de cabeça rotineira é sinal de pressão alta, contudo, geralmente a dor em si pode causar elevação da pressão arterial, haja vista que é uma reação normal do organismo elevar a pressão arterial e os batimentos cardíacos como resposta à dor. Neste caso o melhor é tratar a dor. A dor de cabeça ocasionada por pico de pressão alta tem uma apresentação diferente com um quadro mais drástico.  Muitas vezes, nestes casos, com o paciente descrevendo como “pior dor de cabeça da vida” ou “dor de cabeça muito forte, diferente das dores que já teve” e, às vezes, acompanhada de alteração neurológica e vômitos.

Tratamento da hipertensão

O tratamento para hipertensão arterial é adotado com o objetivo de mantê-la sob controle, portanto, não existe uma cura especificamente falando. Isso significa que a Hipertensão é uma doença crônica que deverá ser acompanhada ao longo da vida.

O tratamento é feito através de medicamentos, mas também é preciso adotar outras abordagens não-farmacológicas em conjunto. Dentre as principais medidas não-farmacológicas devemos destacar:

  • redução do consumo de sódio na dieta;
  • cessar tabagismo
  • redução e controle do peso corporal;
  • prática de exercícios e atividades físicas;
  • redução do estresse;
  • melhora na qualidade do sono;
  • alimentação balanceada.

Os medicamentos anti-hipertensivos usados rotineiramente são por via oral e possuem diversas classes, cada uma agindo em um mecanismo específico da doença, além de ter características específicas, inclusive no controle de sintomas e ação em determinados órgãos, que serão avaliadas pelo médico na escolha do tratamento.

É fundamental lembrar que a Hipertensão, na maioria das vezes, não está sozinha. É sempre importante fazer o rastreio de doenças como o diabetes, aumento do ácido úrico e aumento do colesterol nesses pacientes, assim como tratar sempre que indicado.

Complicações da hipertensão

Quando a hipertensão arterial não é tratada corretamente há um risco elevado do que chamamos de lesão de órgãos-alvo. Estes são órgãos nobres, como o coração, os rins, os olhos (retina) e cérebro, os quais podem ser afetados pela pressão arterial elevada de forma constante.

A hipertensão é, portanto, no Brasil e no mundo, uma das principais causas de acidente vascular cerebral (popularmente conhecido como “derrame”), insuficiência cardíaca, cegueira e parada do funcionamento dos rins (insuficiência renal crônica).

Formas de prevenir a hipertensão

Embora muitas vezes a hipertensão arterial esteja relacionada a fatores hereditários, é possível evitar que ela se manifeste adotando hábitos mais saudáveis, evitando os fatores de risco como tabagismo, alcoolismo, obesidade e sedentarismo, que favorecem esse quadro.

Assim, a principal forma de prevenção é investimento em qualidade de vida. É muito importante manter uma alimentação balanceada, praticar exercícios físicos e manter um peso saudável.

Como o estresse se relaciona com a pressão alta, é importante respeitar os momentos de descanso e o sono. Horas agradáveis de lazer são importantes, assim como mudar o modo de preparo dos alimentos, optando por temperos mais saudáveis para substituir o sal e outras formas de cozimento, que não envolvam frituras e gorduras.

A hipertensão arterial começa a desencadear sintomas somente quando o quadro já está muito agravado, por isso, é fundamental adotar as medidas preventivas e fazer o acompanhamento médico de rotina. Quando for diagnosticada no início e controlada, é possível ter uma vida normal e saudável.

SOBRE O(A) AUTOR(A)
Dra. Bernadete Maria Coelho Ferreira CRM SP 142013, possui experiência na área de Clínica Médica, no manejo de pacientes que necessitam internação hospitalar, e nefrologia. Atuando principalmente nos seguintes temas: cuidados como um todo do paciente, interligando suas múltiplas patologias.
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