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Insuficiência renal

Atualizado em 03/04/2023
Tempo de leitura: 4 min.

A insuficiência renal se caracteriza pela perda repentina ou gradativa das funções do rim. O acúmulo de toxinas e de compostos ácidos leva a diversas repercussões clínicas potencialmente graves, com importante prejuízo à saúde podendo inclusive levar a consequências fatais.

Os rins são responsáveis primordialmente por filtrar o sangue, retirando as impurezas e toxinas, eliminando sais que estão em excesso e mantendo o equilíbrio químico delicado necessário para o adequado funcionamento saudável do corpo humano. Substâncias excessivas, tóxicas ou desnecessárias serão excretadas através da urina. Também é função do rim manter a hidratação adequada do corpo, concentrando ou diluindo a urina em resposta ao quanto ingerimos de água ou outros líquidos..

Quando há um quadro de insuficiência renal os rins não conseguem fazer esse trabalho de filtragem e, com isso, já não é possível eliminar os resíduos produzidos pelo corpo. Eles se acumulam na corrente sanguínea e começam a prejudicar o funcionamento do organismo como um todo.

A insuficiência renal pode se manifestar em forma aguda ou crônica, sobre as quais falaremos a seguir:

Insuficiência renal aguda

A insuficiência renal aguda se caracteriza por uma perda repentina das funções renais. Isso pode acontecer em algumas horas ou dias. É um quadro frequentemente passageiro e que pode ser revertido, recuperando a função do rim em um período de poucas semanas, desde que adequadamente detectada e tratada.

Insuficiência renal cônica

Diferente da forma aguda desta doença, a insuficiência renal crônica não se manifesta de repente. Na verdade, é uma condição que evolui lenta e gradativamente promovendo a perda irreversível da função renal. Ou seja, aos poucos os rins param de trabalhar e, na maioria das vezes, não há como recuperar a sua saúde.

Causas da insuficiência renal 

Uma vez que a insuficiência renal aguda e a crônica têm características diferentes, as causas desse problema também variam. Veja.

Lesão renal aguda

A lesão renal aguda é provocada por algum fator que prejudica o funcionamento normal dos rins. É uma condição muito comum em pacientes que estão hospitalizados por qualquer motivo, em especial os doentes graves e que estão recebendo tratamento em unidade de terapia intensiva. Quanto mais séria for a condição de saúde, mais frequente e grave será a lesão renal aguda.

Pode ser causada pela desidratação, intoxicação, medicamentos, mas usualmente está associada à própria doença crítica como infecções graves ou a grandes cirurgias. Doenças específicas dos rins, como os cálculos e as nefrites são causas comuns de lesão renal aguda.

Doença renal crônica

Na doença renal crônica as causas não estão em um fator que provoca uma alteração momentânea das condições orgânicas. Ela se manifesta em razão de condições clínicas que prejudicam o funcionamento dos rins.

As agressões ou prejuízos a eles acontecem de forma lenta e progressiva. Esse quadro está relacionado a diversas outras doenças, como:

  • hipertensão;
  • diabetes;
  • obstruções renais;
  • rins policísticos e outras doenças genéticas;
  • Uso prolongado de medicações tóxicas aos rins
  • doenças autoimunes;
  • infecções renais recorrentes.

Sintomas de insuficiência renal

Os sintomas que caracterizam a insuficiência renal também acompanham a forma que se manifesta. Sendo assim, os sinais do quadro agudo podem ser um pouco diferentes dos sinais do quadro crônico, muitas vezes difícil de diagnosticar quando no começo.

Crônica

Uma das grandes preocupações com a doença renal crônica é o fato de ela progredir silenciosamente. Os rins perdem as suas funções aos poucos e isso pode não ser percebido até que a doença já se encontre avançada.

Os sintomas de insuficiência renal geralmente se manifestam quando os rins já perderam 75% das suas funções.

A doença renal crônica costuma ser classificada em estágios de acordo com o grau de comprometimento da capacidade de filtração em mililitros por minuto. Considerando que a filtração renal normal é em torno de 100ml/min, podemos falar em percentual de filtração:

  • Estagio 1: > 90ml/min com sinais de doença renal
  • Estagio 2: entre 60 e 90ml/min
  • Estagio 3: entre 30 e 60ml/min
  • Estagio 4: entre 15 e 30ml/min
  • Estagio 5: abaixo de 15ml/min

Quando mais avançado o estágio da doença maiores são os cuidados médicos necessários e menor o intervalo entre as consultas de acompanhamento.

Ainda que não apresente sinais claros no início, os sintomas incluem:

  • ressecamento da pele;
  • coceira no corpo;
  • cansaço e/ou fadiga;
  • mal-estar;
  • dor de cabeça;
  • câimbras;
  • náuseas;
  • mau-hálito;
  • dores ósseas;
  • perda de apetite;
  • perda de peso corporal;
  • excesso de sede;
  • vômitos;
  • inchaços nos pés, mãos e ao redor dos olhos;
  • dificuldade de concentração;
  • confusão mental;
  • dificuldade para dormir;
  • nas mulheres, ausência de menstruação.

Além de tudo isso, nos quadros mais avançados da doença renal crônica as alterações sistêmicas que ela provoca também podem graves, ocasionando, por exemplo, alterações na estrutura óssea, bem como no funcionamento do coração.

Aguda

Os sintomas que caracterizam a insuficiência renal também acompanham a forma que se manifesta. Sendo assim, os sinais do quadro agudo podem ser um pouco diferentes dos sinais do quadro crônico, muitas vezes difícil de diagnosticar quando no começo.

Tratamento para insuficiência renal

O tratamento da insuficiência renal varia para a sua forma aguda e a crônica. No primeiro caso geralmente é focado naquilo que está provocando o mau funcionamento dos rins. Sendo assim, se for decorrente de alguma medicação, a substituição do princípio ativo pode ajudar a sanar o problema.

Também podem ser administrados fármacos para tratar ou prevenir infecções, e diuréticos, que auxiliam na eliminação dos líquidos. As mudanças na dieta são fundamentais para que não haja um maior acúmulo de toxinas e sais no organismo.

Em alguns casos é preciso recorrer a procedimentos para promover a desobstrução, que pode estar sendo provocada em uma artéria que irriga os rins; ou é feita uma intervenção para eliminar um possível cálculo renal.

De toda forma, mesmo para os quadros de insuficiência renal aguda pode ser necessário fazer a diálise enquanto os rins não recuperam seu bom funcionamento. Esse procedimento visa fazer a filtragem do sangue fora o do organismo por meio de um equipamento específico para isso. Assim, ele é retirado do corpo, filtrado e devolvido ao organismo.

No caso dos pacientes com insuficiência renal crônica, como é um problema irreversível, a diálise precisa ser realizada para que não haja maiores complicações orgânicas.  A diálise é capaz de cumprir parcialmente as funções do rim doente permitindo uma vida plena e de boa qualidade.

São duas as modalidades de tratamento dialítico, a hemodiálise e a diálise peritoneal.

Na hemodiálise o sangue é retirado do corpo através de um cateter os fístula e filtrado externamente. O paciente fica conectado a uma máquina em geral três dias por semana por três a 4 horas por sessão.

Na diálise peritoneal um líquido límpido é colocado por uma máquina no abdome do paciente, em geral durante a noite e em casa. Ao ser retirado pela mesma máquina o líquido remove as toxinas acumuladas. Essa técnica tem a vantagem de ser realizada em casa, preservando a independência.

Outra forma de tratamento possível é o transplante renal. O paciente recebe um novo rim doado que substituirá os rins que não mais funcionam.

SOBRE O(A) AUTOR(A)
Dr. Erico Oliveira CRM SP 104310, possui título de especialista em nefrologia pela sociedade brasileira de nefrologia e é membro da Chocair Nefrologia e Clínica Médica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
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