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Lúpus

Atualizado em 11/10/2024
Tempo de leitura: 4 min.

O lúpus (lúpus eritematoso sistêmico) é um tipo de doença autoimune, ou seja, ocorre quando as defesas do organismo atacam tecidos saudáveis, desencadeando diferentes sintomas. É uma inflamação que pode atingir uma parte específica do organismo ou o corpo inteiro.

O que é lúpus

As células de defesa do organismo têm a função de identificar e combater agentes patógenos que possam invadir o corpo. Quando um indivíduo tem uma doença autoimune o sistema imunológico ataca tecidos saudáveis, ou seja, seu próprio sistema imune causa danos no organismo.

Existem mais de 80 doenças ligadas a essa disfunção do sistema imunológico, no entanto, o lúpus ou lúpus eritematoso sistêmico (LES) está entre as mais importantes devido a sua gravidade e frequência. Afinal, se não tratada corretamente pode até mesmo levar o indivíduo à morte.

O lúpus, portanto, é um tipo de doença autoimune e inflamatória. Ele afeta diversos órgãos bem como tecidos do organismo humano, isso inclui, por exemplo, a pele, o cérebro, as articulações e os rins. Existem diferentes tipos de lúpus classificados de acordo com a sua manifestação ou a sua causa. Veja a seguir.

Discoide

O lúpus discoide é aquele cujos sintomas atingem especificamente a pele, ou seja, ele não afeta outros órgãos ou estruturas do corpo. Se caracteriza pelo surgimento de lesões avermelhadas que ocorrem principalmente no rosto, no couro cabeludo e na nuca. Em alguns casos quem tem o lúpus discoide pode evoluir para o sistêmico.

Sistêmico

O lúpus sistêmico é o tipo mais comum da doença e pode ter graus de intensidade que variam de  leve a grave. Nesse caso os sintomas ocorrem em todo o organismo porque a inflamação se espalha por ele. Assim, atinge diferentes órgãos, incluindo a pele, mas também alguns vitais, como pulmões, rins e coração.

Induzido por drogas

Pacientes sob tratamento medicamentoso podem desenvolver um tipo específico de lúpus. Ele se manifesta porque o princípio ativo dessas medicações provoca inflamações desencadeando reações similares àquelas causadas pelo lúpus do tipo sistêmico. A diferença é que assim que o medicamento é suspenso esses sintomas tendem a desaparecer.

Neonatal

Algumas mulheres portadoras de lúpus podem dar à luz bebês com a mesma doença. Isso é bastante raro, entretanto, a criança pode nascer com problemas hepáticos, uma baixa contagem de células sanguíneas ou erupções na pele. Mas esse quadro é transitório, melhorando naturalmente em alguns meses.

Causas do lúpus

Conforme explicamos, o lúpus é uma doença que se manifesta por causa de um mau funcionamento do sistema imunológico. Ainda não se sabe exatamente por que isso acontece, mas acredita-se que está relacionado a diferentes fatores, sendo:

  • genética;
  • infecções;
  • hormônios;
  • causas ambientais.

Como acontece com outras doenças autoimunes, quem tem lúpus pode apresentar crises, ou seja, períodos em que os sintomas estão mais intensos e outros em que eles desaparecem. Geralmente isso acontece em função de gatilhos que favorecem a manifestação dos sintomas característicos da doença.

Alguns indivíduos quando expostos à luz solar sem proteção podem sofrer um agravamento de uma inflamação já existente. As infecções tanto bacterianas quanto virais  também podem desencadear uma recaída do lupus, assim como alguns medicamentos podem gerar esse mau funcionamento do sistema imunológico, os mais comuns são antibióticos, anticonvulsivantes e remédios para hipertensão. Todos esses fatores e reações variam para cada pessoa.

Sintomas de lúpus

Os sintomas do lúpus não seguem um padrão específico. Eles podem evoluir gradativamente ou surgir de uma forma repentina. Sua intensidade também varia e ainda podem ser reações temporárias ou permanentes. Esses sintomas mudam, ainda, de acordo com a região do corpo que foi afetada pela doença.

Na pele:

  • vermelhidão;
  • lesões após exposição ao sol;
  • sensibilidade à luz;
  • feridas na boca;
  • manchas vermelhas nas pontas dos dedos.

Articulações:

  • dores;
  • inchaços;
  • calor/vermelhidão.

 No sangue:

  • baixa contagem de glóbulos vermelhos (anemia);
  • baixa contagem de células brancas;
  • redução das plaquetas.

Outros sintomas que ocorrem de forma generalizada ou em decorrência de quadros anteriores são:

  • febre;
  • fadiga;
  • rigidez muscular;
  • inchaços;
  • dificuldade para respirar;
  • dor no peito;
  • dor de cabeça;
  • aumento dos linfonodos;
  • perda de memória;
  • confusão mental;
  • queda de cabelo;
  • mal-estar generalizado;

Quando o lúpus atinge os pulmões, além da dificuldade para respirar pode causar tosse com sangue. No coração ele provoca arritmia. No trato digestivo, náuseas, vômitos e dor abdominal. E no caso de afetar o sistema nervoso pode ocorrer:

  • formigamentos;
  • dormências;
  • problemas de visão;
  • convulsões;
  • alterações de personalidade;
  • psicose lúpica.

Tratamento para lúpus

Ainda não existe uma cura para o lúpus, por isso, o tratamento adotado visa controlar os sintomas ou mesmo fazer com que eles desapareçam. São medidas eficazes e que deixam a doença em remissão, em alguns casos a doença torna-se crônica como hipertensão arterial e diabetes. Além disso, a abordagem varia dependendo da necessidade de cada paciente.

Em quadros mais leves são administrados medicamentos anti-inflamatórios, corticoides e substâncias antimaláricas. Já no caso das pessoas com quadros mais graves, que ofereçam risco de óbito, a dosagem dos corticoides é aumentada, bem como são utilizados imunossupressores para minimizar a resposta do sistema imunológico.

Também podem ser adotadas substâncias citotóxicas que vão impedir o crescimento celular. Mas isso se não houver uma boa resposta aos corticoides ou se houver um agravamento dos sintomas após a interrupção da medicação.

Uma vez que geralmente o lúpus apresenta momentos de crise, pessoas com essa doença precisam tomar cuidados para evitar os gatilhos que favorecem os sintomas. É fundamental o acompanhamento constante com o médico, a fim de minimizar essas manifestações e alcançar mais qualidade de vida.

SOBRE O(A) AUTOR(A)
Dra. Sara Mohrbacher CRM SP 146577, possui experiência na área de Clínica Médica, no manejo de pacientes que necessitam internação hospitalar, e nefrologia. Atuando principalmente nos seguintes temas: cuidados como um todo do paciente, interligando suas múltiplas patologias.
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