Nossos rins podem ser acometidos por processos inflamatórios, e quando isso acontece temos o que chamamos genericamente de nefrites. As nefrites geralmente atingem as principais estruturas responsáveis pela filtração do sangue e formação da urina que são os glomérulos, os túbulos e o interstício.
A função do sistema imunológico é combater agentes agressores que invadem o organismo que podem ser vírus, bactérias ou protozoários. Esses micro-organismos possuem antígenos que são estruturas que podem ser identificados pelo nosso organismo e ativam nosso sistema imunológico que inicia a produção de anticorpos, cuja função é neutralizar esses micro-organismos e combater doenças infecciosas.
No entanto, o complexo formado pela união do antígeno com o anticorpo pode ser levado pelo sangue até os rins, podendo provocar danos nas estruturas citadas anteriormente caracterizando a nefrite.
Como você viu no item anterior, dependendo do fator que desencadeou a nefrite, ou o local onde ela se manifestou, temos um tipo diferente de inflamação. A seguir falamos sobre principais tipos:
Em quadros como esse a inflamação atinge os glomérulos, que são a primeira parte do aparelho de filtragem dos rins. A nefrite, nesse, caso pode ser classificada como aguda ou crônica.
Nesses casos, o processo inflamatório pode lesionar as células dos túbulos renais, responsáveis pela formação da urina ou a região intersticial onde estão localizados os vasos sanguíneos que irrigam os túbulos e mantém o suprimento de oxigênio e nutrientes.
As nefrites podem se apresentar de duas formas diferentes, aguda e crônica. No primeiro caso temos um quadro temporário e reversível; já no segundo, as lesões renais acontecem gradativamente, podendo evoluir para insuficiência renal irreversível.
É por isso que em casos de nefrite crônica durante algum tempo os pacientes podem se mostrar assintomáticos e as lesões podem progredir de forma silenciosa. Só depois surgem sintomas, quando os danos são significativos podendo ocorrer:
Já para os quadros de nefrite aguda geralmente ocorrem alterações urinárias, como a redução do volume de urina e alterações na tonalidade da urina que pode ficar avermelhada devido à presença de sangue. Também pode ocorrer inchaço ao redor dos olhos, inchaço nos membros inferiores e hipertensão arterial.
É válido ressaltar que a intensidade dos sintomas de nefrite varia de acordo com a gravidade do quadro. Sendo assim, quanto mais intensa a inflamação ou mais disseminada ela estiver, mais incômodas serão essas manifestações, ao contrário dos casos em que a inflamação é menos severa.
Explicamos que existem diferentes tipos de nefrite porque suas causas também podem ser distintas. A inflamação pode ser desencadeada por infecções virais, bacterianas e algumas doenças autoimunes também podem ser causa de nefrites como o Lupus Eritematoso, Síndrome de Sjögren e doença sistêmica associada a IgG4.
O uso excessivo de medicamentos pode favorecer a nefrite. Esse é o caso de alguns antibióticos, analgésicos, anti-inflamatórios e até mesmo diuréticos. Pessoas expostas por períodos prolongados a toxinas também podem apresentar problemas renais, como é o caso do chumbo, lítio, cádmio e o ácido aristoloquiáceo. Geralmente nesses casos, as estruturas acometidas são os túbulos renais e o interstício.
Existem nefrites em que não existe uma causa aparente e geralmente surgem dos próprios rins e por mecanismos diferentes das nefrites relacionadas a infecções ou medicamentos, chamamos esses quadros de nefrites primárias e temos como exemplo a nefropatia da IgA, a nefropatia membranosa e a Glomerulonefrite membrana proliferativa.
Existem ainda outras doenças e condições orgânicas que favorecem a manifestação de inflamações nos rins. Esse é o caso de:
Pode existir uma ligação entre a genética do indivíduo e os quadros de nefrite. Pacientes com antecedentes familiares de alguns tipos de nefrite, têm uma propensão maior para as inflamações renais, podendo estar relacionada com fatores hereditários.
A nefrite é uma doença que pode ser tratada, mas a reversão das lesões geralmente acontece nas formas agudas da doença. Nas formas crônicas, devido ao início insidioso e pouco sintomático, quando o diagnóstico é realizado, as lesões e a inflamação estão em estágios avançados, impedindo a recuperação da função renal para níveis normais.
Nos quadros agudos o paciente é tratado de maneira geral com repouso absoluto, redução do consumo de sal e controle da pressão arterial. Porém, se a nefrite estiver relacionada a alguma infecção, serão necessários medicamentos para tratar a bactéria ou víru e suspensão de medicamentos ou drogas implicadas.
Já no caso dos pacientes com a forma crônica de nefrite, o tratamento tem como objetivo evitar a progressão das lesões renais. É feito o controle da pressão arterial e podem ser receitados imunossupressores para diminuir o processo inflamatório e diminuir a gravidade e a progressão da nefrite.
É importante entender que, como os quadros de nefrite podem ser muitos distintos de um paciente para outro, o tratamento é sempre adotado conforme a necessidade de cada paciente. Considera-se a intensidade da inflamação e a sua causa.
Como a nefrite geralmente está associada à resposta do sistema imunológico a agentes agressores, infeções ou medicações, nem sempre é possível evitar esse problema, mas evitar a ingestão de medicamentos, por exemplo, sem receita médica é uma forma simples de evitar nefrites e proteger os rins.
Indivíduos com doenças sistêmicas, autoimunes, ou aqueles com quadros de nefrite na família, precisam realizar acompanhamento regular com o nefrologista para diagnóstico precoce do problema e tratamento efetivo com o objetivo de manter preservada a função renal.
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