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Transplante Renal

Atualizado em 11/10/2024
Tempo de leitura: 5 min.

O transplante renal é um procedimento cuja realização é autorizada no Brasil por meio da lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997. Ela é regulamentada pelo decreto nº 9.175, de 18 de outubro de 2017.

O que é transplante Renal

Há mais de 55 anos são realizados transplantes renais no Brasil. Esse procedimento consiste em implantar um rim saudável no paciente para recuperar as funções que o rim doente não consegue realizar. É indicado quando o órgão não pode mais ser tratado. A doação pode vir de uma pessoa viva ou falecida.

O novo órgão é implantado na parte inferior do abdômen, sendo que os rins doentes não são retirados. Desse modo, o paciente passa a ter 3 rins, porém, somente aquele que foi doado é que apresenta um funcionamento normal. O novo órgão é implantado no paciente portador de uma doença renal crônica em estágio avançado, e que já acarretou a insuficiência.

Com essa técnica conseguimos trazer mais qualidade de vida para o paciente com doença renal crônica. Ele não dependerá mais de procedimentos de diálise, terá mais liberdade em sua rotina diária, podendo seguir com uma vida praticamente normal após o transplante.

Tipos de transplante renal

Um transplante renal é feito por meio de técnica cirúrgica que dura cerca de três a quatro horas. Durante o procedimento é feita a união dos vasos sanguíneos do órgão aos do receptor; também é implantado o ureter do novo rim à bexiga.

Como explicamos, a doação do novo rim pode ser feita por uma pessoa viva ou partir de um falecido. Veja a seguir um pouco mais das características desses dois tipos de transplante renal.

Doador Vivo

Para ser um doador de rim a pessoa não pode ter nenhum problema de saúde. Geralmente os doadores vivos pertencem à família do paciente, sendo parentes próximos como os pais, avós, tios ou irmãos, mas isso não é uma regra. Pessoas sem grau de parentesco com o paciente também podem se dispor a fazer a doação do rim.

Nesse caso, é preciso um atestado de altruísmo da doação, ou seja, é necessária uma autorização judicial para que essa pessoa de fato possa doar o órgão, afinal, no Brasil o comércio de órgãos é ilegal.

Nesse tipo de transplante renal temos a vantagem da recuperação das funções do órgão ainda durante a intervenção. O rim funciona imediatamente ao final da cirurgia.

Além disso, é possível fazer um planejamento maior dela, agendando dia e hora.

Doador Falecido

No caso de doadores falecidos a doação apenas pode ser feita caso a pessoa já tenha demonstrado em vida o desejo de doar os seus órgãos. Mesmo assim, a família precisa autorizar o procedimento.

É preciso que o doador tenha sofrido morte cerebral, pois o coração precisa continuar batendo para garantir o fluxo sanguíneo aos órgãos. Por isso, em geral esse tipo de doador está em hospitais sendo mantido por aparelhos. São adotadas técnicas para garantir que os órgãos continuem funcionando até que sejam doados.

O transplante renal é realizado a partir de um doador falecido em pessoas que estão na lista de espera. Quando há compatibilidade o paciente é encaminhado para a cirurgia, então, não é possível realizar o procedimento com data agendada.

Diferente de como acontece no transplante renal com doador vivo, nesse caso nem sempre o rim começa a funcionar logo após o transplante, o que acontece cerca de 7 ou 15 dias depois. Portanto, nesse período ainda é necessário fazer diálise, mas os resultados posteriores são semelhantes aos da doação intervivos.

Indicações do transplante renal

Como explicamos, o transplante renal é indicado para pacientes com doença renal crônica avançada, quando o rim já não consegue exercer as suas funções. Quando eles param de funcionar é realizada a diálise para manter o organismo em funcionamento, mas o órgão não é recuperado. A cura, portanto, vem apenas com o implante.

Geralmente o procedimento é indicado para os pacientes que já estão realizando a diálise, mas isso não é um critério obrigatório. Quando o quadro é conhecido e o tratamento conservador já vem sendo realizado, é possível programar o transplante para a fase avançada da doença renal. Mas nesse caso é necessário já ter um doador vivo.

Contraindicações do transplante renal

É importante saber que o transplante renal é realizado quando o paciente se mostra um bom candidato para o procedimento.

Ele passa por uma avaliação para saber se a cirurgia pode ser realizada com segurança e se ela é viável, dependendo das condições clínicas de cada pessoa.

Alguns casos em que o transplante é contra indicado são:

  • Infecções não resolvidas ou controladas;
  • Riscos cirúrgicos;
  • Expectativa de vida reduzida;
  • Neoplasias em atividade;
  • Impossibilidades técnicas.

O procedimento também não é realizado sem o consentimento do paciente. Ou seja, é de direito dele se recusar a realizar o transplante. Além disso, em casos de doenças renais reversíveis é realizado o tratamento conservador.

As contraindicações se estendem, ainda, para pacientes que não têm um total entendimento sobre esse procedimento ou o tratamento. Também para aqueles com alguma doença psiquiátrica não controlada, os que não aderiram ao tratamento recomendado e usuários de substâncias ilícitas.

Para os pacientes idosos que precisam de transplante renal é feita uma avaliação individualizada. Isso porque é preciso considerar os riscos da cirurgia e os benefícios que ela poderia trazer, bem como é avaliada a expectativa de vida.

Qualidade de vida pós-transplante

Apesar de o paciente receber apenas um rim esse órgão consegue realizar todas as funções para manter o equilíbrio da saúde. Sendo assim, é possível voltar a ter uma dieta normal, sem a necessidade de fazer adequações, principalmente na ingestão de líquidos.

Não há restrições quanto às atividades que serão realizadas. É perfeitamente possível voltar a estudar, trabalhar e praticar exercícios. Viagens também podem ser feitas normalmente por quem realizou um transplante renal.

No entanto, haverá uma mudança na frequência de visitas ao médico, pois uma pessoa transplantada precisa fazer acompanhamento constante. Precisará, ainda, incluir em sua rotina a ingestão de medicamentos imunossupressores.

Rejeição do rim doado

O sistema imunológico é responsável por identificar invasores no organismo e combatê-los. Quando localiza, reage atacando com o intuito de neutralizar ou destruir. Ao fazer um transplante renal, esse sistema de defesa também entende que o novo rim é um corpo estranho, por isso, vai atacá-lo.

Essa é uma reação natural e já esperada, mas que precisa ser controlada porque, do contrário, pode levar à rejeição do novo órgão. Foi por isso que dissemos que o paciente transplantado precisa ingerir medicamentos imunossupressores. Essas substâncias evitam as agressões do sistema imunológico ao rim doado.

Na primeira ou segunda semana depois do transplante alguns pacientes podem apresentar um certo grau de rejeição do órgão. Entretanto, esse quadro na maioria das vezes é revertido e há uma adaptação, mas ainda assim é preciso tomar os imunossupressores por toda a vida. O sistema imunológico, mesmo depois de décadas, pode atacar o rim e causar rejeição.

Embora a diálise seja um procedimento importante que ajuda a garantir o funcionamento do organismo de um paciente, o transplante renal é o procedimento que traz maior esperança de vida. Ele possibilita o corpo recuperar as suas funções naturais, e tudo isso garantindo qualidade de vida e uma rotina praticamente como a de qualquer outra pessoa.

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