Quando existe um comprometimento do fígado, como um quadro de insuficiência hepática, os rins também podem ser afetados devido a alterações na circulação sanguínea, comprometendo a filtração do sangue, o que pode causar outros quadros clínicos.
Apesar de cada um dos nossos órgãos terem a sua própria função, eles não trabalham de forma isolada. Um pode influenciar o outro, e muitas vezes dependem do bom funcionamento do seu companheiro para que não haja comprometimento na realização das suas próprias tarefas.
É isso que acontece na relação entre o fígado e os rins. Existem alguns problemas hepáticos que podem comprometer as funções renais, como no caso da cirrose e das hepatites crônicas. Preparamos este artigo para explicar de que maneira essas doenças do fígado podem prejudicar os rins para que você cuide ainda melhor desses órgãos. Acompanhe.
Índice
Conforme explicamos na introdução, os nossos órgãos não trabalham de maneira isolada no organismo. As funções que eles desempenham favorecem ou podem atrapalhar o funcionamento de outros, e é por isso que as complicações hepáticas desencadeiam reações que atingem os rins.
Pacientes que desenvolvem quadros de hepatites tanto por vírus (A, B, C) como por depósito de gorduras ou por álcool podem evoluir para quadros de insuficiência hepática e até cirrose. Estas condições se mantidas cronicamente alteram a circulação sanguínea e assim afetam a função dos rins.
Isso provoca uma perda da capacidade que os rins têm de filtrar o sangue e fazer a separação de resíduos e de excesso de líquidos para que eles sejam eliminados por meio da urina. Uma das principais dificuldades é a eliminação do sódio.
Essa substância acaba se acumulando no organismo e provoca inchaço nos membros inferiores, principalmente. No entanto, também vai favorecer os quadros de ascite, que se caracterizam pelo acúmulo de líquidos na região abdominal, provocando o inchaço muitas vezes expressivo. Essa condição é popularmente conhecida como barriga d'água.
Até mesmo inflamações renais acontecem por causa de doenças hepáticas. As hepatites virais podem desencadear doenças renais graves, como a glomerulonefrite. Essa condição, por sua vez, prejudica a capacidade dos rins de filtrar o sangue, gerando um círculo vicioso de complicações.
Ainda em relação à hepatite C, ela pode favorecer outros problemas hepáticos. A versão crônica dessa doença favorece a formação da cirrose. Esse problema, quando não tratado, como você viu, afeta os rins e, ao mesmo tempo, pode contribuir com a manifestação do câncer de fígado.
Outro problema que pode acontecer em decorrência de problemas hepáticos é a Síndrome Hepatorrenal (SHR). Esse quadro clínico é considerado como grave e provoca uma deterioração muito rápida das funções renais. Costuma acometer pacientes com cirrose ou portadores de insuficiência hepática fulminante.
Existem dois tipos de Síndrome Hepatorrenal, sendo 1 e 2.
A SHR do tipo 1 provoca uma insuficiência renal muito rápida e progressiva, com aumento significativo da creatinina no sangue. Seu prognóstico é preocupante por causa da taxa de mortalidade muito alta. O indivíduo pode vir a óbito em apenas um mês. De um modo geral, pacientes com esse quadro estão com o estado clínico severamente comprometido.
A SHR do tipo 2 também é um quadro considerado como grave, porém, sua evolução é mais lenta. Provoca um aumento da creatinina no sangue, mas o seu prognóstico apresenta uma sobrevida média de cerca de seis meses, com exceção dos indivíduos que realizam o transplante de fígado.
Também existem doenças associadas à SHR do tipo 2, podendo ocorrer um aumento da pressão na veia aorta, resultando em ascite. Essa condição, por sua vez, favorece a deterioração das funções renais.
Por tudo isso, é fundamental sempre mantermos o equilíbrio da saúde como um todo, para garantir que não haja o comprometimento de nenhum órgão. O acompanhamento médico, a adoção de um estilo de vida saudável e a prevenção são sempre o melhor caminho.
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