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O que é a Síndrome Nefrótica e quais as principais causas?

Atualizado em 27/07/2021
Tempo de leitura: 4 min.
A imagem mostra uma representação gráfica de um par de rins.

A Síndrome Nefrótica é um conjunto de manifestações que caracterizam uma doença renal em curso. Ela é caracterizada pela perda excessiva de proteína na urina, levando a diversas complicações que atingem o organismo todo com retenção de líquido, colesterol alto e baixa quantidade de proteína no sangue.

É normal que durante um exame seja identificada a presença de proteína na urina, porém sua quantidade deve ser pequena. Mas existem casos em que a concentração é alta, e quando este excesso de proteínas na urina está associado a outras alterações do nosso metabolismo, nós temos a Síndrome Nefrótica.

Ela não é uma doença, mas sim o conjunto de sintomas que se manifestam indicando que a saúde dos rins está em desequilíbrio. Por isso, é fundamental ter muita atenção quando ocorrem os primeiros sinais, a fim de buscar ajuda médica e interromper o problema o quanto antes.

É importante saber que a Síndrome Nefrótica evolui de forma lenta e prejudica o organismo todo, mas principalmente, podendo levar à perda total das funções renais. Sendo assim, é importante se informar melhor sobre esse assunto, e nós preparamos este artigo para ajudar você. Continue lendo e confira:

O que é síndrome nefrótica?

Os rins têm a função de filtrar o sangue para fazer a separação daquilo que o organismo aproveita e do que não tem utilidade para ele. Nesse segundo caso, a excreção desses resíduos é feita por meio da urina. Podemos pensar no rim como um filtro, e quando por alguma doença os poros desse filtro ficam grandes demais, nós começamos a deixar escapar por este filtro fragilizado, uma quantidade importante de proteína. O que não é normal, pois a proteína é um elemento fundamental ao nosso organismo e ele faz de tudo para poupar a perda de proteínas através da urina, durante o processo de filtragem do sangue.

No entanto, por causa de diversos motivos como infecções, doenças autoimunes ou doenças glomerulares (nefrites), os rins podem ficar com problemas de filtragem do sangue... Quando perdemos proteína pela urina em uma quantidade excessiva, temos o que chamamos de proteinúria, que pode ser identificada por meio de um exame que chama proteinúria na urina. Pode ser realizada em urina de 24 horas, ou, em alguns casos, em uma amostra simples de urina.

A Síndrome Nefrótica se caracteriza justamente por essa perda excessiva, fazendo com que a quantidade de proteína no sangue diminua. Como ela é fundamental para o seu bom funcionamento, conforme o organismo está constantemente perdendo proteína pela urina, começam a aparecer diferentes sinais e sintomas, indicando que a saúde dos rins está comprometida. Dentre eles temos edema (inchaço), aumento dos níveis de colesterol, triglicerídeos e baixo nível de proteínas importantes em nosso sangue.

Quais são as causas da síndrome nefrótica?

Existem diversos fatores que podem fazer com que a Síndrome Nefrótica se manifeste. Ela pode ser decorrente de condições que afetam especificamente os rins, mas também pode ser provocada por outros problemas de saúde, que acabam prejudicando o rim.

No primeiro caso, a Síndrome Nefrótica pode ser desencadeada por lesões, inflamações ou qualquer outro problema que atinge os glomérulos (unidades funcionais) dos rins. Eles são os responsáveis por filtrar o sangue, logo, quando apresentam algum mau funcionamento ou comprometimento, não conseguem reter as proteínas.

Problemas que afetam o fígado também podem causar Síndrome Nefrótica, como é o caso da hepatite. O lúpus eritematoso sistêmico também atua como um facilitador dessa doença, assim como a AIDS, a obesidade, algumas doenças genéticas e o diabetes mellitus.

Além desses fatores, alguns tipos de câncer levam ao mau funcionamento renal; e isso ainda pode estar associado ao abuso de substâncias tóxicas, bem como à exposição prolongada a produtos com toxicidade elevada.

Quais complicações a Síndrome Nefrótica provoca?

As proteínas têm um papel fundamental para o organismo. Como a Síndrome Nefrótica leva à perda excessiva delas, diversos órgãos e sistemas sofrem com esse problema.

Uma das complicações que ela causa, e que também é um dos seus sintomas mais característicos, é o inchaço. Ele pode ser percebido principalmente na região do rosto, causando um aumento de volume das pálpebras, mas também ocorre edema nos membros inferiores e no abdômen.

Isso acontece porque quem segura o líquido dentro de nossos vasos sanguíneos é a proteína, e com sua escassez este líquido começa a vazar para fora do vaso sanguíneo e se deposita em nossos tecidos, ao invés de permanecer no sangue e assim se inicia o inchaço (retenção de líquidos). Como consequência, o indivíduo pode desenvolver hipertensão, ou seja, um aumento da sua pressão arterial.

Mais uma consequência negativa da Síndrome Nefrótica é o aumento do nível de colesterol no sangue. Essa complicação associada ao aumento da pressão arterial pode levar ao desenvolvimento de doenças cardíacas.

O organismo ainda corre o risco de sofrer uma perda de inibidores de coagulação (proteínas importantes), problema que leva à formação de trombose. Também perdemos proteínas importantes para a nossa defesa, podendo prejudicar o nosso sistema imune, facilitando o surgimento de infecções.

Como citamos, a Síndrome Nefrótica é um problema cuja evolução é lenta, mas que quando não recebe o devido tratamento leva à perda progressiva das funções renais. Isso significa que o indivíduo não tratado pode desenvolver insuficiência renal.

Como a Síndrome Nefrótica é tratada?

O tratamento da Síndrome Nefrótica tem como objetivo controlar os sintomas e minimizar os prejuízos que eles podem causar. O paciente precisa, por exemplo, de medicamentos para controlar a pressão arterial, para equilibrar o volume de líquidos e sais no organismo e, em alguns casos, medicações imunossupressoras, aquelas que deprimem o sistema imunológico, para combater alguma doença imune que esteja afetando nossos rins.

A abordagem também visa evitar a perda descontrolada de proteínas, para que elas atinjam seus níveis adequados, o que automaticamente minimiza os sintomas. Porém, também é preciso identificar o que está causando os problemas com o sistema de filtragem renal, para assim atenuar a perda de proteína pela urina.

Muitas vezes, para investigação do motivo que está causando a perda excessiva de proteína, necessitamos realizar uma biópsia renal. E assim, instituir o tratamento dirigido.

Uma pista para se desconfiar da presença de proteína da urina é a presença de espuma na urina. Espuma em uma quantidade anormal, exagerada, como se houvesse sabão misturado. Se você possui uma quantidade chamativa de espuma na urina, procure um nefrologista para análise da mesma.

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SOBRE O(A) AUTOR(A)
Dra. Sara Mohrbacher CRM SP 146577, possui experiência na área de Clínica Médica, no manejo de pacientes que necessitam internação hospitalar, e nefrologia. Atuando principalmente nos seguintes temas: cuidados como um todo do paciente, interligando suas múltiplas patologias.
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