A lesão renal aguda é a redução das funções renais que acontece de forma rápida. Pacientes com Covid-19 também estão desenvolvendo essa insuficiência renal, sendo que a redução da capacidade dos rins de filtrar os resíduos de sangue pode estar relacionada com diferentes fatores.
A insuficiência renal pode acontecer de uma forma repentina, sendo um quadro agudo. Em apenas poucos dias ou semanas, os rins apresentam uma redução significativa da sua capacidade de filtrar os resíduos do sangue. Essa injúria renal aguda (IRA) também está sendo identificada em pacientes internados com Covid-19.
Quando os rins deixam de cumprir a sua função, ocorre um acúmulo de resíduos na corrente sanguínea. Esse quadro desencadeia uma série de complicações e pode levar o indivíduo a óbito se não receber o devido tratamento.
Neste artigo você vai entender a ocorrência da IRA em pacientes com Covid-19 e o que pode estar provocando essa condição. Continue lendo para conferir.
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Apesar de o SARS-CoV-2, vírus causador da Covid-19, comprometer principalmente a função pulmonar, ele também pode desencadear outras reações no organismo. Além disso, algumas condições pré-existentes e determinados tratamentos podem estar favorecendo a ocorrência de lesão renal aguda (LRA) em pacientes com Covid-19.
O que levou a essa conclusão foi um estudo realizado pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que investigou o quadro clínico de 278 pacientes internados no Hospital de São Paulo entre os meses de março e junho de 2020.
O quadro de lesão renal aguda teria sido identificado em pacientes em um estado grave em função da Covid-19. Isso porque mais da metade daqueles que foram identificados com o problema precisaram de ventilação mecânica e de drogas vasopressoras, que ajudam a regular a pressão arterial e a perfusão.
O estudo foi realizado com base em associações e concluiu que, dos 278 pacientes, 198 desenvolveram lesão renal aguda durante a internação. Metade desses pacientes apresentou uma fase mais avançada de perda das funções renais, com a necessidade de realização de diálise.
Entretanto, não foi identificada uma prevalência de características específicas nesse grupo que desenvolveu a LRA no que se refere, por exemplo, ao gênero, idade, quadros de diabetes ou sobrepeso. Mas, foi percebido que 70% dos pacientes apresentavam um quadro de hipertensão.
A lesão renal aguda é bastante comum em pacientes com infecção generalizada. No caso daqueles que contraíram a Covid-19, consiste em uma infecção generalizada de origem viral, ou seja, uma sepse viral. Como o SARs-CoV-2 consegue invadir diversas células renais, esse seria um dos motivos para desenvolver a LRA.
Segundo o estudo da Unifesp, também foi percebido que 50% dos pacientes que desenvolveram a lesão renal aguda receberam tratamento combinado de hidroxicloroquina e azitromicina. Uma hipótese sobre a relação entre esse tratamento medicamentoso e a LRA é o fato de a hidroxicloroquina inibir o mecanismo de proteção do organismo.
A sepse provocada pelo SARs-CoV-2 também é um dos motivos para desenvolver a LRA, como explicamos. Afinal, em quadros como esse ocorre uma produção maior de proteínas inflamatórias e os vasos sanguíneos ficam dilatados.
Com isso há uma dificuldade para transportar sangue com oxigênio para os rins, sua ventilação fica deficiente e as células renais podem morrer. Isso impede os órgãos de cumprirem as suas funções normalmente, levando ao quadro de insuficiência.
Como você viu, o estudo da Unifesp mostrou que mais da metade dos pacientes com Covid-19 que desenvolveram lesão renal aguda precisam de diálise. Logo, foi necessário a utilização de máquinas para cumprir a função dos rins e garantir a eliminação de resíduos tóxicos presentes no sangue.
Além disso, o desenvolvimento de lesão renal aguda em quadros de Covid-19 está relacionado a uma maior mortalidade desses pacientes, em função das complicações desencadeadas por esse quadro de insuficiência. Portanto, a LRA agravaria as condições de saúde, dificultando a recuperação e aumentando o risco de óbito.
As conclusões do estudo da Unifesp são importantes para entender melhor as condições clínicas dos pacientes com Covid-19 e as características da pandemia. Assim, é possível buscar medicamentos que apresentem melhores resultados para tratar essas pessoas com lesão renal aguda e estender a pesquisa para fármacos eficientes também para as funções pulmonares.
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