Mulheres que fazem hemodiálise também podem ter filhos, apesar de ser mais difícil engravidar por causa das alterações hormonais que a doença renal crônica provoca. Além disso, essa gestação envolve riscos e precisa de cuidados especiais.
Uma gravidez saudável depende do equilíbrio do organismo da mulher. Por isso, quadros de saúde como a doença renal crônica deixam a dúvida se é possível engravidar e conduzir a gestação até o final, mesmo fazendo hemodiálise.
Como muitas mulheres com condições especiais como essa têm o desejo de ser mãe, preparamos este artigo para esclarecer se a hemodiálise é ou não um impedimento para a gravidez, a fim de oferecer informações importantes para uma tomada de decisão consciente. Acompanhe!
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Nem todo mundo sabe, mas os rins não têm apenas a função de filtrar o sangue. Além de realizar essa tarefa, eles também são responsáveis pela produçãode alguns hormônios, por isso, tanto homens quanto mulheres com doença renal crônica apresentam diversas alterações hormonais.
Essa condição orgânica traz consequências para o organismo. Uma delas é a redução da fertilidade. Por consequência, nas mulheres, também pode acontecer a irregularidade dos seus ciclos menstruais, inclusive com ausência de ovulação.
Assim, pacientes com doença renal crônica que precisam fazer a hemodiálise podem ter uma dificuldade maior para engravidar, não por causa do tratamento, mas devido às condições do seu próprio organismo.
No entanto, não é impossível uma gravidez nesse momento. Embora isso não seja frequente, a mulher pode engravidar e consegue manter a gestação até o final, dando à luz um bebê com saúde. Porém, não podemos negar que essa é uma gestação muito desafiadora e que envolve diversos riscos.
Apesar de não ser impossível engravidar enquanto se faz o tratamento de hemodiálise, é preciso estar ciente de que a gestação, nesses casos, envolve diversos riscos. Um dos principais é a pré-eclâmpsia.
Sua ocorrência é de cerca de 6% a 8% nas gestantes saudáveis, mas para pacientes com insuficiência renal, o risco aumenta para 50%, assim como a gravidade do quadro e a manifestação precoce dele. Portanto, há também um risco aumentado de o bebê nascer prematuro.
Não podemos esquecer, ainda, de que a própria gestação pode levar ao agravamento da função renal e provocar um aumento da pressão arterial. Também, alguns medicamentos utilizados no tratamento dessas pacientes podem provocar malformações no feto.
Existem casos em que a mulher tem o sonho de ser mãe e decide planejar a gravidez mesmo estando em tratamento de hemodiálise. Em outros, ela descobre a gravidez e depois a doença renal crônica. Nessas duas situações, para que a gestação seja saudável, é preciso muito rigor durante ela.
Como dito, não é impossível para a paciente com doença renal crônica conduzir uma gestação até o final e ter um bebê saudável, porém, ela precisará de muita disciplina e do suporte de diferentes profissionais para fazer o seu acompanhamento, do começo ao final da gravidez.
Um dos primeiros cuidados adotados é a substituição de medicamentos anti-hipertensivos para fórmulas que não ofereçam risco de malformação no bebê. Será necessário uma dieta ainda mais controlada, em especial com relação à quantidade de proteína, sódio, cálcio, potássio e energia.
É preciso passar por consultas não só com o obstetra, mas também com um nefrologista e um nutricionista. Esses encontros acontecerão mais vezes do que em um pré-natal comum, devido à necessidade de monitorar as funções renais, a pressão arterial, o peso e o desenvolvimento do bebê.
Também pode ser necessário aumentar a frequência das sessões de hemodiálise para favorecer a eliminação de líquidos e melhorar o controle metabólico e dos eletrólitos. Afinal, durante a gestação existe uma tendência maior para retenção e inchaços, aumentando ainda mais a pressão arterial. Além disso, os níveis de uréia devem ser mais baixos para favorecer o crescimento fetal adequado.
Por tudo isso, não é proibido à mulher que faz hemodiálise engravidar, mas é fundamental que ela esteja consciente de todos os riscos envolvidos para ela e para o bebê. É essencial uma conversa esclarecedora com o nefrologista e o obstetra, a fim de entender o próprio quadro de saúde e tomar a melhor decisão.
Ao optar pela gravidez a mulher precisa ser muito disciplinada e seguir rigorosamente o que os especialistas que a acompanham recomendam. Conduzindo seu pré-natal e mantendo o tratamento renal, ela conseguirá realizar o sonho de ser mãe sem comprometer a sua saúde ou a do bebê.
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