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O doador de rim, no transplante renal de doador vivo, precisa ser necessariamente da família?

Atualizado em 22/09/2021
Tempo de leitura: 3 min.

Uma pessoa que precisa do transplante de rim pode receber o órgão de um doador vivo. Não precisa necessariamente ser da mesma família. Pessoas desconhecidas também podem fazer esse tipo de doação.

A doença renal crônica é uma doença que prejudica de forma progressiva o funcionamento dos rins. Ela leva à insuficiência renal, situação em que  esses órgãos deixam de filtrar o sangue. É  uma doença  que não tem cura e que pode levar a pessoa ao óbito. 

Terapias como a diálise peritoneal e hemodiálise são realizadas para substituir parcialmente algumas funções dos rins, mas a única forma da pessoa não precisar mais dessas terapias é realizar um transplante renal. Além do doador falecido é possível receber o órgão de um doador vivo. 

Mas você sabe quem pode praticar esse ato de generosidade em vida? Somente pessoas da mesma família podem fazer a doação? Continuando para descobrir. 

Quem pode ser um doador de rim? 

Quem precisa receber a doação de um órgão pode entrar na fila de espera para aguardar um doador falecido. No entanto, essa não é a única forma de receber um novo órgão, uma vez que a doação também pode ser feita por pessoas vivas

Esse tipo de procedimento tem autorização legal no Brasil e pode ser realizado desde que a doação aconteça de uma forma voluntária, altruísta e sem o recebimento de qualquer tipo de gratificação pelo órgão recebido. Afinal, comércio de órgãos é crime na legislação do país. 

Por lei, pessoas de uma mesma família podem fazer esse tipo de doação. Nesse caso, parentes até quarto grau podem doar o seu rim ou os cônjuges. Porém, esse ato também pode ser realizado por amigos ou conhecidos

A regra é diferente nesse segundo caso. Quando não há um grau de parentesco entre doador e receptor é necessário obter uma autorização judicial para esclarecer qual é a relação entre as partes e atestar que a doação está acontecendo de forma voluntária e sem o recebimento de gratificações ou pressões psicológicas. 

Esse tipo de doação é chamada de direta, necessitando apenas que haja compatibilidade sanguínea e cross-match (prova cruzada) negativo. Mas existem ainda outras modalidades de doação de um rim durante a vida. 

É possível, por exemplo, fazer uma doação cruzada quando doador e receptor não são compatíveis entre si. É selecionado outro par doador-receptor com o qual haja compatibilidade e, assim, é feito o cruzamento da doação, conforme regulamentado pelo Programa Nacional de Doação Renal Cruzada. 

Quais são os critérios para doar um rim em vida? 

O primeiro critério, já discutido, é o desinteresse pela ação. O segundo é a necessidade de haver compatibilidade sanguínea e imunológica entre doador e receptor. Em relação ao doador, precisa ser maior de 18 anos, ter plena saúde e condições psicológicas de passar pelo procedimento. 

O futuro doador deve apresentar uma boa saúde, com função renal normal e não apresentar doenças. Também não pode apresentar evidências de qualquer risco para desenvolvimento de uma doença renal no futuro, ou em outros órgãos.

Além desses critérios, o futuro doador não pode ser uma pessoa fumante, usuária de drogas, consumidora abusiva de bebidas alcoólicas, ter uma idade muito avançada ou ser portadora de tumores em tratamento ou ainda não curados.

Por isso, a pessoa que deseja ser uma doadora passa por uma série de exames clínicos e laboratoriais, além de uma consulta com o psicólogo e dos trâmites legais envolvidos com o processo de doação para que tudo aconteça de forma regularizada.

Como fica a saúde do doador depois da cirurgia?

Após a cirurgia, o doador passará pela recuperação pós-operatória como em qualquer outra cirurgia, precisando manter uma dieta conforme orientação do seu nefrologista, a administração dos medicamentos e guardar repouso pelo tempo recomendado, a fim de evitar complicações comuns, como sangramentos, inflamações ou infecções. 

Em relação ao fato de agora ter apenas um rim, isso não traz qualquer comprometimento para a saúde do doador. Esse único rim consegue exercer as funções necessárias para manter o organismo em equilíbrio, porém, agora é necessário um cuidado ainda maior com ele. 

É recomendado ao doador fazer o acompanhamento com nefrologista uma vez por ano, realizando exames como de sangue e urina para acompanhar a saúde do seu rim. Também é preciso manter a pressão arterial em equilíbrio, evitar o diabetes e adotar hábitos de vida saudáveis

Doar um rim é um ato de amor, altruísmo e solidariedade, em especial quando essa doação é feita para pessoas não aparentadas. Com a evolução da medicina, esse tipo de cirurgia tem se tornado cada vez mais seguro para o doador, que mantém uma vida normal depois da doação e ainda leva consigo a marca positiva de ter ajudado a salvar a vida de alguém.
SOBRE O(A) AUTOR(A)
Dr. Leonardo Victor Barbosa Pereira CRM SP 117560, possui título de especialista em nefrologia pela sociedade brasileira de nefrologia e é membro da Chocair Nefrologia e Clínica Médica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
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