A obesidade é uma doença que tem como característica o acúmulo excessivo de energia sob a forma de gordura no corpo humano. Ela pode se distribuir de forma homogênea ou se concentrar em uma determinada região, além de ter causas diversas e receber classificações distintas.
Às alterações metabólicas deletérias associadas a obesidade dá-se o nome de Síndrome Metabólica.
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O organismo naturalmente precisa acumular energia. O excesso de alimentos é uma condićão recente na história da humanidade e nosso corpo é adaptado há milênios a economizar e acumular a maior quantidade de energia obtida dos alimentos, considerando que a regra da condição humana foi a escassez e a fome.
Obesidade é o nome da doença que ocorre quando a gordura abdominal se concentra em quantidades maiores do que aquelas necessárias para o funcionamento normal, saudável, do organismo. Há um acúmulo de energia superior ao gasto energético sob a forma de gordura. Quando em excesso, a gordura tem a capacidade de gerar alterações metabólicas fortemente associados a outras doenças crônicas.
É fundamental compreender que a obesidade não é um fator de risco mas sim uma doenća por si só. Obesidade é uma doença crônica e deve ser assim interpretada para que se entenda que seu tratamento também é prolongado. Deve se considerar as doenças associadas à obesidade como sintomas dela para que se compreenda que não se trata diabetes no obeso sem tratar a obesidade, por exemplo.
A gordura pode acumular de diferentes formas no organismo, por isso, a obesidade recebe classificações distintas, começando pelo seu grau. Ele varia de acordo com o Índice de Massa Corpórea (IMC), que ajuda a definir se uma pessoa está ou não obesa. A definição de obesidade é arbitrária e objetiva.
É calculado com base na relação entre a altura e o peso, considerando também sexo e faixa etária. Pessoas com um índice acima de 30 são consideradas como obesas.
A obesidade do grau 1 ocorre quando o IMC do indivíduo está entre 30 e 34,9 quilos por metro quadrado (kg/m²).
A obesidade do grau 2 ocorre quando o IMC do indivíduo está entre 35 e 39,9 kg/m².
A obesidade do grau 3, também chamada de obesidade mórbida, ocorre quando o IMC é igual ou superior a 40 kg/m².
Outra classificação da obesidade, conforme citamos, é de acordo com a distribuição do tecido adiposo no corpo.
Na obesidade abdominal a gordura está depositada principalmente no abdômen e no tórax. Ela também é chamada de obesidade androide, e faz o corpo da pessoa se parecer com o formato de uma maçã.
Na obesidade periférica o corpo fica em formato de pera, com a gordura acumulada principalmente na região dos quadris, nas nádegas e nas coxas. Esse tipo é mais comum em mulheres e também é chamado de ginecoide.
Na obesidade homogênea a gordura não fica localizada em apenas uma área do corpo. O peso excessivo se distribui tanto na região superior quanto inferior, e nem sempre ela provoca assimetrias na aparência. Por isso a pessoa pode se habituar com o seu volume corpóreo, mas continua havendo risco de complicações.
Hoje se sabe que a obesidade abdominal, definida pela medida da circunferência abdominal, tem maior associação com síndrome metabólica e risco de diabetes do que o peso isoladamente.
A circunferência abdominal normal é de < 80cm para mulheres e < 90cm para homens. A maior faixa de risco está nas medidas acima de 88cm para mulheres e 102cm para homens.
Para medir sua circunferência abdominal, é importante posicionar a fita métrica no ponto médio entre as duas últimas costelas e a parte superior do osso ilíaco. Se você não sabe onde ele se localiza, basta passar a fita na altura do umbigo, envolvendo todo o diâmetro do corpo nessa região.
A síndrome metabólica tem classificação mais complexa podendo ocorrer mesmo em paciente sem obesidade formal pelos critérios supracitados, ainda que mais comum nos graus maiores.
Geralmente são apontados como causa da obesidade os maus hábitos alimentares adotados pelo indivíduo. Sendo assim, comer em excesso ou optar por alimentos muito calóricos é que provocaria o acúmulo de gordura no corpo.
Na grande maioria dos casos é um mau hábito de vida o responsável pela obesidade. A alimentação desequilibrada pode provocar essa doença, no entanto, não é o fator exclusivo. O sedentarismo, ao manter o organismo em inatividade e com baixo gasto energético, é fator de risco importante para o desenvolvimento e perpetuação da obesidade.
A obesidade não pode ser interpretada como um descuido do indivíduo com a sua própria saúde. Afinal, esse excesso de gordura corporal está associado a outras condições que também requerem tratamento. É uma doença como outra qualquer e precisa ser tratada.
A alteração da silhueta com o aumento do volume corporal é apenas um detalhe que a obesidade desencadeia. Ela traz ainda outras manifestações negativas em todo o organismo provocando limitações e desconfortos para o indivíduo. Pode ocorrer:
Também ocorrem alterações hormonais e problemas circulatórios, que podem levar à impotência e à infertilidade. O indivíduo tem uma suscetibilidade maior para úlceras e varizes.
O obeso tem maior incidência de tantos problemas de saúde, de depressão a enxaqueca, que sua descrição foge ao escopo deste texto
No item anterior você pôde perceber que a obesidade traz diversas complicações para a saúde do indivíduo, mas elas podem ser ainda mais severas. Isso porque o acúmulo de gordura no organismo não é apenas externa, causando acúmulo de placas de colesterol nas artérias, a aterosclerose.
Esse problema é silencioso e aos poucos prejudica a circulação sanguínea, causa o endurecimento das artérias e compromete o funcionamento do coração, entre outros órgãos. Por isso, há um risco aumentado de desenvolver problemas cardíacos.
O fígado também pode acumular gordura, a esteatose, que pode levar a inflamação, a esteatohepatite.. Quando isso acontece aos poucos ele deixa de cumprir suas funções com potencial progressão para cirrose. A esteatose é hoje uma das maiores causas de falência hepática com necessidade de transplante de fígado no mundo.
O diabetes e a hipertensão arterias são as complicações mais comuns e perigosas da obesidade.
Há uma suscetibilidade maior para o desenvolvimento de tumores malignos. As articulações ficam sobrecarregadas e há um risco aumentado de acidente vascular cerebral (AVC). A pressão arterial eleva e também os níveis de triglicerídeos no sangue.
O tratamento da obesidade é feito inicialmente por meio de uma reeducação alimentar, a fim de adequar a dieta do indivíduo às suas necessidades orgânicas reais. Isso é associado à prática de exercícios físicos regulares, a fim de consumir as calorias acumuladas.
No entanto, como a obesidade tem uma característica específica para cada indivíduo o seu tratamento é muito personalizado. Em alguns casos, por exemplo, ela está associada à compulsão alimentar, uma condição que se relaciona tanto com alterações orgânicas hormonais quanto com problemas de ordem psicológica e psiquiátrica.
Explicamos que pode ser desencadeada por problemas endócrinos ou ser uma condição genética. Sendo assim, cada pessoa deve ser acompanhada em sua individualidade, e preferencialmente por uma equipe multidisciplinar, a fim de fazer um tratamento considerando as características de cada caso.
O especialista também pode recomendar a administração de medicamentos que melhoram os resultados do tratamento da obesidade. Em alguns casos o indivíduo é um bom candidato para realização da cirurgia bariátrica / metabólica, com melhor resultado do que o tratamento clínico quando bem indicada.
O importante é que a pessoa entenda que a obesidade é uma doença crônica que traz muitas complicações para o organismo, então, precisa ser tratada. Mas isso deve ser feito com acompanhamento médico, sem a automedicação ou dietas muito restritivas. Emagrecer é muito difícil, emagrecer sozinho é praticamente impossível.
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