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Doença renal crônica: quais os sintomas e como tratar?

Atualizado em 06/08/2021
Tempo de leitura: 4 min.
A imagem mostra um pessoa sentada meio inclinada com a mão nas costas, onde está localizado o rim.

A doença renal crônica é uma condição que se caracteriza pela perda da capacidade dos rins de realizar as suas funções básicas. Esse problema, frequentemente, evolui de forma lenta e progressiva de modo que não é possível reverter o quadro.

Os rins são órgãos que realizam diferentes funções no organismo. Eles são responsáveis por filtrar o sangue e, nesse processo, ajudam a eliminar substâncias que o corpo não vai aproveitar. Também eliminam toxinas e ajudam a controlar os sais minerais no sangue e o nível de água no organismo.

Também é papel dos rins controlar a pressão arterial, produzir vitamina D, manter o nível de pH do sangue e produzir hormônios. Por isso, são considerados órgãos vitais, então, quando ocorre um quadro de insuficiência renal crônica, há uma ameaça para a saúde e a vida da pessoa.

Como esse é um problema que exige bastante atenção, preparamos este artigo para que você saiba identificar os sintomas da insuficiência renal e descubra como ela é tratada. Acompanhe.

O que causa insuficiência renal crônica?

Alguns problemas que atingem os rins, inclusive a insuficiência renal, podem se apresentar como quadros agudos. Significa que ocorre uma perda momentânea da função renal, mas consiste em um quadro reversível, os rins podem voltar a funcionar normalmente.

No caso da doença renal crônica, é um problema que evolui ao longo do tempo. Aos poucos os rins deixam de funcionar adequadamente até não conseguirem mais cumprir suas funções. Existem diversos fatores de risco que podem causar a insuficiência renal crônica.

Alguns desses fatores são problemas sistêmicos, como o diabetes mellitus e a hipertensão arterial sistêmica. Nesse segundo caso, existe uma via de mão dupla porque a pressão alta prejudica os rins comprometendo suas funções e, como eles também ajudam a controlar a pressão arterial, quando não funcionam, corretamente a tendência é de que ela desregule ainda mais.

Doenças que atingem especificamente os rins também levam à insuficiência renal crônica, como:
glomerulonefrites;

  • doença renal policística autossômica dominante;
  • obesidade;
  • doença cardiovascular, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e angina do peito.

As infecções urinárias que acometem os rins, chamadas de pielonefrites, quando são recorrentes ocasionam mais um fator de risco para ter doença renal crônica, assim como doenças autoimunes, gota, amiloidose e o consumo abusivo de anti-inflamatórios.

Quais são os sintomas da insuficiência renal crônica?

Nos estágios iniciais da doença renal crônica o paciente pode ser assintomático, ou seja, a doença pode passar despercebida. Por isso a importância dos fatores de risco. O exame de creatinina sérica e dois exames de urina, a urina tipo I e a pesquisa de albumina na urina devem ser solicitados a todos os indivíduos que possuem algum fator de risco para a doença renal crônica.

O maior problema da insuficiência renal crônica é o fato de que o organismo se adapta ao mau funcionamento dos rins. Com isso, até mesmo pacientes com a doença em estágio mais avançado podem nunca ter manifestado qualquer sintoma. Ainda assim, existem sinais físicos que são notados nesses estádios mais graves da doença, sendo:

  • anemia;
  • alteração da pressão arterial;
  • inchaço nos membros inferiores.

Em fase terminal, quando os rins já não conseguem mais funcionar, a falência desencadeia:

  • cansaço;
  • náuseas e vômitos;
  • perda de apetite;
  • falta de ar;
  • emagrecimento;
  • hálito forte;
  • inchaços generalizados.

Como a insuficiência renal crônica é tratada?

Como você viu, apenas por meio de sintomas físicos é difícil diagnosticar a insuficiência renal crônica para proceder ao tratamento. Logo, os exames são fundamentais para acompanhar a saúde dos rins.

Como dito, isso é feito por meio do exame de sangue e outras análises laboratoriais para identificar alterações nos hormônios e em amostras de urina. A ultrassonografia contribui para investigar a morfologia dos rins e a biópsia, por sua vez, possibilita analisar o tecido renal para identificar comprometimentos.

Diagnosticar a doença renal crônica o quanto antes é fundamental porque as lesões sofridas pelos rins são irreversíveis. Além disso, não existem terapias ou medicamentos que façam com que esses órgãos voltem a funcionar normalmente.

Sendo assim, o tratamento desse problema é feito com o objetivo de evitar que a doença renal se agrave, e para desacelerar a perda das funções dos rins. Logo, uma das primeiras medidas adotadas é o controle da pressão arterial e o controle do açúcar no sangue nos diabéticos. Também é desaconselhável a automedicação, os anti-inflamatórios, alguns antibióticos e os contrastes iodados devem ser prescritos e acompanhados por médicos.

A abordagem é diferente para os pacientes que já sofreram uma perda significativa da função renal. No caso deles, é importante a realização da hemodiálise ou diálise peritoneal para garantir a eliminação de resíduos e toxinas do sangue, evitando as complicações da doença.

Quando o problema chega nesse estágio, o paciente pode se tornar candidato para a realização do transplante renal. Essa é a única forma de voltar a ter as funções dos rins para não depender mais das sessões de diálise.

A doença renal crônica precisa ser tratada porque, do contrário, líquidos e toxinas se acumulam no sangue trazendo prejuízos para o organismo.. Este acúmulo pode resultar em comprometimento de outros órgãos como o fígado, coração e pulmões. Nos casos mais avançados da doença a falta de tratamento acarreta em risco de morte..

Sendo assim, na presença de fatores de risco, é fundamental fazer acompanhamento rigoroso com o médico. Os exames de rotina devem ser realizados para acompanhar a saúde orgânica de um modo geral, mantendo o equilíbrio para a prevenção do comprometimento dos rins.

SOBRE O(A) AUTOR(A)
Dr. Américo Lourenço Cuvello Neto CRM SP 74761, possui título de especialista em nefrologia pela sociedade brasileira de nefrologia e é membro da Chocair Nefrologia e Clínica Médica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
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