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Qual a relação entre hipertensão arterial e os rins? Descubra!

Atualizado em 27/07/2021
Tempo de leitura: 4 min.
A imagem mostra um braço com um aparelho de medir pressão.

A hipertensão arterial é um problema sistêmico que se caracteriza pelo aumento da pressão sanguínea no interior de vasos, veias e artérias. Esse quadro pode prejudicar os rins por levar a uma sobrecarga deles, com risco de falência desses órgãos.

Você sabia que pessoas com quadro de pressão alta estão mais suscetíveis a desenvolver doença renal crônica? Isso acontece porque a hipertensão arterial atrapalha o funcionamento dos rins e, em longo prazo, faz com que eles parem de trabalhar.

A maior preocupação é o fato de que a pressão alta é um mal silencioso, assim como a doença renal. Por isso, é muito importante fazer o monitoramento da saúde, a fim de evitar que um problema leve ao outro. E nós preparamos este artigo para que você se informe mais sobre o assunto e saiba como cuidar bem da sua saúde. Acompanhe!

O que é hipertensão arterial?

Pressão arterial é a pressão que o coração exerce na parede das artérias. É composta de 2 números. O primeiro é chamado pressão sistólica, que é a pressão medida no momento em que o coração contrai e bombeia o sangue, considerada normal até 139 mmHg. A pressão diastólica é medida quando o coração relaxa, sendo considerada normal até 89 mmHg. Com esses dois valores, compomos a medida da pressão arterial, por exemplo: 120/80 mmHg.

Uma pessoa com hipertensão arterial é aquela cuja pressão sistólica é igual ou maior que 140 mmHg e a diastólica é igual ou maior do que 90 mmHg. Sendo assim, o quadro de pressão alta é aquele em que a medição acusou igual ou maior do que 140/90, em pelo menos duas medidas distintas.

Na prática, isso significa que o coração está encontrando uma resistência maior por parte de veias, artérias e vasos sanguíneos para fazer com que o fluxo sanguíneo circule pelo organismo. Isso acontece porque a pressão dentro deles fica maior, o que pode ser, por exemplo, em função do acúmulo de placas de gordura ou do enrijecimento da parede dos vasos, que ocorre com o avançar da idade.

As oscilações da pressão arterial são consideradas normais em alguns casos, como quando fazemos esforços físicos. Porém, a tendência é que ela se normalize em seguida. Mas quando em diferentes medições, com a pessoa em repouso, os valores ainda estão altos, então se caracteriza o quadro de hipertensão arterial.

Quais são os sintomas da hipertensão arterial?

Saber quais os sintomas de pressão alta é importante para observar a própria saúde. Entretanto nem sempre a elevação da pressão arterial é sintomática. O que dificulta ou atrasa o atendimento médico precoce, propiciando quadros como acidente vascular cerebral, doenças cardiovasculares e doença renal.

De toda forma, a hipertensão arterial pode se manifestar como:

  • tontura;
  • falta de ar;
  • dor de cabeça;
  • dor no peito;
  • dor na nuca
  • sangramento nasal

Por ser difícil diagnosticar a hipertensão por meio dos sinais e sintomas, é importante medir a pressão arterial periodicamente. Assim, é possível verificar quando há o aumento da pressão arterial para prosseguir investigação e iniciar tratamento o mais breve possível.

Como a pressão alta prejudica os rins?

A hipertensão arterial é um problema que não prejudica somente o coração. Outros órgãos podem ser alvo da pressão alta, entre eles, os rins. Isso acontece porque esses órgãos são responsáveis por filtrar o sangue (cerca de 25 % do débito cardíaco diário) e, em quadros de hipertensão, ocorre sobrecarga do trabalho renal. A hipertensão arterial, a longo prazo, pode levar a disfunção renal crônica e falência renal.

Isso pode acontecer porque a pressão alta, junto com a rigidez das artérias, aumenta a pressão nas arteríolas aferentes (aquelas que levam o sangue aos rins), provocando hiperfiltração e hiperperfusão, ou seja, sobrecarga do trabalho renal. Além disso, pode ocorrer isquemia glomerular com redução da função dos glomérulos, que são as unidades filtrantes dos rins.

Os rins também têm o importante papel de regular a pressão sanguínea. Quando a função renal está preservada, se ocorre elevação da pressão arterial, os rins aumentam a excreção de água e sódio, o que diminui o volume sanguíneo fazendo com que a pressão alcance valores normais novamente.

Sendo assim, quando a própria hipertensão prejudica o funcionamento dos rins eles não conseguem realizar esse controle, piorando e perpetuando a hipertensão. Ou seja, uma via de mão-dupla, que pode causar sérios prejuízos para a saúde do indivíduo.

Os pacientes com quadros de hipertensão têm maiores chances de desenvolver doença renal crônica e, consequentemente, falência renal. Ao mesmo tempo, aqueles que já apresentam problemas nos rins têm uma maior probabilidade de ter hipertensão. Inclusive, quase todos os pacientes já em fase dialítica ou terminal da doença renal crônica são pessoas hipertensas.

É possível controlar esse quadro clínico?

Existe tratamento tanto para a hipertensão arterial quanto para a doença renal. No primeiro caso, como é uma doença que está muito relacionada aos hábitos, a recomendação inicial é fazer mudança no estilo de vida.

São feitas adequações na dieta para consumir alimentos que evitem a retenção de líquidos. Também é controlado o volume de sódio (sal) ingerido. É importante o controle do peso corporal e a prática de exercícios físicos.

Alguns pacientes podem precisar de medicamentos que ajudam a controlar a pressão sanguínea. Existem algumas classes desses medicamentos e o tratamento deve ser individualizado e orientado por um médico. É importante reduzir o consumo de bebidas alcoólicas e abandonar o tabaco, porque isso não só controla a pressão sanguínea como também evita a ocorrência de doenças cardio-vasculares.

Quando os rins ainda não sofreram um grande comprometimento, essas medidas auxiliam para que eles se mantenham saudáveis também. Nos casos em que a doença renal já está instalada, o tratamento medicamentoso deve ser personalizado conforme o estágio da disfunção renal, preferencialmente por médico nefrologista.

Aqueles que já apresentam um grave comprometimento da função renal podem precisar da realização de sessões de diálise. Elas são recomendadas apenas para aqueles cujos rins já não estão mais conseguindo cumprir as suas funções, logo, não são todos os pacientes com doença renal que precisam dessa técnica.

É muito importante lembrar que a hipertensão arterial pode ser prevenida porque, muitas vezes, ela se relaciona com os hábitos e estilos de vida da pessoa. Assim, quanto mais cedo se adota hábitos saudáveis, maiores as chances de não desenvolvimento de hipertensão arterial e suas possíveis consequências.

O acompanhamento médico é indispensável para identificar a hipertensão arterial, que pode ser assintomática, orientar as mudanças de estilo de vida e estabelecer o tratamento medicamentoso. De preferência, antes que as complicações da pressão elevada apareçam.

Agora que você já sabe quais são os sintomas de pressão alta, também vale observar a manifestação deles e, em caso de dúvidas, sempre consulte um médico. Afinal, a doença renal não tem cura e sua tendência é se agravar com o tempo até que os rins deixem de funcionar. Por isso, a prevenção é a melhor medida.

SOBRE O(A) AUTOR(A)
Dra. Alessandra Martins Bales CRM SP 139465, possui título de especialista em nefrologia pela sociedade brasileira de nefrologia e é membro da Chocair Nefrologia e Clínica Médica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
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